RPGistas: Uma tribo – parte 1

Narrador e Jogador

Desde a década de 70 essa galera existe, a princípio como um nicho de um nicho, atualmente como referência na cultura pop apesar do hobby ainda ser muito particular, mesmo comercialmente. Abordando aqui apenas o adepto do RPG de mesa e não suas vertentes gamers. Somos RPGistas, uma tribo, e este é nosso objeto de estudo que se divide basicamente em dois tipos, sendo eles narrador – ou mestre – e jogador.

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Antes de mais nada, vamos entender o que os fazem – ou nos fazem – simplesmente existir. Um leve aprofundar na questão de…

Por que jogar RPG de mesa?

Essa é uma questão que pode ser fincada com gosto no território da alegria e divertimento lúdico, e ainda que o RPG de mesa seja originário de grandes jogos de guerra em tabuleiros com miniaturas, a mesma questão pode fazer o rumo debandar para uma vertente filosófica.

Na infância, independente dos jogos que tenhamos nos divertido, existe o elemento do faz de conta. Uma via fantástica que está ligada a inocência, leveza e distância dos problemas mundanos e à diversão oriunda do imaginário. Basta se concentrar e não será difícil relembrar da sensação ou de alguma situação onde o faz de conta era presente anos e anos no passado. Pode ter sido em tarde de brincadeiras entre amigos, durante uma peça escolar ou em volta de uma fogueira contando histórias de terror.

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Dessa forma, tenho para mim, que a principal razão é justamente essa. Ou melhor, está nisso. No faz de conta. Na saudade, segurança e liberdade que isso trazia. Obviamente amadurecidos, não podemos viver de nostalgias, e assim temas fantásticos ganham uma nova roupagem, se tornam multifacetados – assim como nossos dados – e xablaw! Temos o faz de conta sistêmico, amparado por crônicas e dividido simultaneamente por indivíduos de boa vontade.

Por isso, e um pouco mais, gostamos de jogar RPG de mesa. Amamos.

A classificação básica do RPGista de mesa

Através dessa classificação macro, temos a divisão básica do nosso amado hobby, sendo ela os RPGistas que planejam e contam o faz de conta e aqueles que vivem e complementam-no.

Narrador

“Vocês se deparam com um corredor obscuro. No final, uma bifurcação. Por qual lado irão?”

Mestre, Dungeon Master (DM), entre outros, é a figura que prepara a aventura, missão ou conto. Ele conduz de forma fluida – ou pelo menos deveria – a narrativa, apresenta locais, personagens, motivos, atmosferas e muito mais. O narrador também media e regra a mesa – conceito de onde ou do que é o jogo de RPG – sabendo o sistema de regras mais profundamente, conhecendo devidamente o cenário jogado e mantendo a ordem e naturalidade de contextos e medidas, tanto on quanto offgame. O mestre controla os NPCs (non-players characters), que são todos aqueles que não são os personagens do segundo tipo de RPGista.

Jogador

“Acho que tomar essa trilha foi melhor mesmo. O pedágio pela cidadela é uma heresia!”

Player, aventureiro, etc… A posição de todos aqueles que possuem PCs (players characters), personagens jogáveis e quase sempre construídos e criados pelos jogadores. Estes são os protagonistas da trama, embora o protagonismo dentre eles deva se manter balanceado. Jogadores, através de seus personagens, vivenciarão a narrativa, tomando decisões, executando ações e gerando consequências que somam ao já estabelecido ou ponderado pelo narrador. Com isso, contam junto do mesmo a história. Jogadores não jogam RPG de mesa sem um mestre e um mestre também não sem jogadores, sendo o Role Playing Game uma prática de diversão mútua.

Só um ou outro?

Nada disso! Muitos, inclusive eu, são adeptos das duas posições, ainda que ser narrador requeira mais experiência e repertório – além de bom senso, dependendo do grupo – o que não quer dizer que um RPGista iniciante não possa se aventurar como narrador. Claro que pode. Talvez até deva! A nossa comunidade carece de mestres e transborda de jogadores, essa talvez seja a ordem natural da tribo dos RPGistas. Muitos mestres surgem da necessidade de que em um grupo de jogadores interessados alguém tenha de assumir essa posição para que todos tenham o RPG de fato.

Na parte 2 de RPGistas: Uma Tribo, abordaremos a nomenclatura dos mesmos quanto suas funções além do lúdico, além do jogar. Entrando no contexto de produção criativa, intelectual e artística, aspectos totalmente ligados ao RPG de mesa. E se quer conhecer melhor o conceito deste incrível jogo de interpretação de papéis, é só clicar aqui. Aquele abraço e boas rolagens, RPGistas!

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