Mouse Guard – Conhecendo RPGs #02

Muitos pensam, olhando superficialmente, que se trata de um RPG infantilizado, puritano ou engessado. Decerto, não poderiam estar mais enganados. Mouse Guard, além de muito criativo, dono de incrível design, trata de valores e virtudes através de figuras roedoras em um mundo de fauna fabulesca. Hoje daremos uma pincelada sobre esse RPG que começou indie e conquistou os holofotes do mundo!

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O mundo dos ratos

Um mundo de pequeninos com grandes valores.

Em Mouse Guard você se torna um camundongo pertencente à Guarda. Uma força de protetorado aos territórios dos ratos, suas cidades, vilas e postos avançados no campo, nos bosques e nas margens de água. Em síntese, a Guarda é uma ordem especial nos territórios. Ela contém virtudes, e independente da personalidade de seu personagem ratinho, existem códigos para seguir – ou deveriam haver – afim de manter a soberania e sobrevivência de seu povo.

Os ratos são figuras mais humanizadas aqui, usando peças de vestimentas – capas, com toda certeza – armas e equipamentos. Posto que, lidam com diversas outras criaturas, seja para fins pacíficos, servis ou de combate. A fauna, na visão de um rato pode ser incrível. Um besouro um animal de guarda, um mangusto uma montaria, uma serpente a besta derradeira. Em suma, a natureza e os animais – característicos de regiões do hemisfério norte – são, portanto, tidos como o “bestiário” do jogo.

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Situações muita das vezes inerentes para nós seres humanos, podem se transformar em calamidades ou momentos épicos para roedores pequeninos. Dessa forma, a chuva pesada, leves enchentes (de poucos palmos), passando por escaladas em árvores e desbravar de tocas de outras feras podem culminar em momentos críticos. Nesse cenário, não há humanos e nem magia. Desta forma, os ratos da guarda usam então de seu treinamento, bravura e conhecimento.

O ambiente, a natureza, é muito influente para eles. As estações do ano são um ponto chave no cenário, influenciando muito nas atividades e aspectos do jogo como um todo. Um traço muito interessante deste RPG.

 

Jogando como um camundongo

Ataque! Defenda! Excute manobras! Finte os adversários! Seja um guardião!

Sendo um guardião – e certamente um rato – você poderá escolher entre diversas funções na guarda, bem como patentes na hierarquia da mesma. Existem deveres variados que vão desde ser um mensageiro ou explorador, até um combatente direto de grandes feras. Você aprenderá sobre as linhagens dos roedores, suas famílias, seus traços e sobre como é importante trabalhar em grupo.

A mecânica deixa isso bem claro. Trabalho em equipe é algo muito focal em Burning Wheel, sistema deste RPG. Voltado para Mouse Guard, traz aspectos de ficha como Crença, Instinto e Características, coisas que serão elementares para seu personagem.

Bem amplo no que diz respeito a interpretação, ao roleplay, traz diferenciais quanto a conflitos. E aqui, conflitos podem ser combates ou quaisquer desafios para personagens. Podem traduzir brigas à discussões, transpor de obstáculos e escapadas de perigos iminentes.

Os conflitos possuem um personagem central, sempre, e a partir deste rolagens serão feitas para estipular as capacidades dos roedores e daquilo com o que conflitam. Existindo um limite de ações em cada conflito, dando ao jogador um senso e peso de responsabilidade sobre o que e quando efetuar em um momento de tensão. Sem dúvida, no quesito sistema, esse é o maior diferencial em Mouse Guards. Fazendo do combate propriamente dito, algo incrivelmente tático e estratégico!

 

Diferencial dos roedores

Lutando por algo maior.

Mouse Guard foi adaptado das histórias em quadrinhos de mesmo nome, mas que aqui no Brasil ficaram conhecidas pelo título de “Pequenos Guardiões”. Têm como autor David Petersen. Já como RPG, se consagrou em seu ano de estreia recebendo muitos prêmios no segmento em 2009, ano de seu lançamento. Foi criado por Luke Crane. No Brasil chegou através de um efervescente financiamento coletivo pela editora Retropunk.

Mouse Guard é o tipo de material que além de encantar visualmente, faz sentir, como RPGistas, aquele “quentinho no coração”. Sofreu uma merecida e bela ascensão de um subnicho para o mainstream de nossa querida área lúdica. Adaptou fielmente uma obra quadrinística de alta qualidade. E, talvez, o mais importante: esse é um RPG sobre batalhar em prol de uma causa maior. Elegendo valores e condutas deveras valiosas, e em nós, quase sempre, tão pouco existentes.

 

Essa foi nossa breve passagem sobre Mouse Guard, deixando claro que vale a pena conferir esse RPG. Boas guardas e boas rolagens, RPGistas!

 

 

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