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VAMPIROS: DEZ GRANDES FILMES

Olá, Nerd Consciente! Fica a vontade, senta aí! Primeiramente, isso não é um TOP, mas sim uma lista gentil de ótimos filmes de vampiros. Levando em consideração também certa relevância para com o subgênero, dando espaço entre os dez destacados para obra indeléveis e óbvias, de certa forma. No entanto, óbvias não para quem simplesmente curte filmes de vampiro. Óbvias para quem adora cinema. Logo, pode ser que para você, ainda que clássicos pilares cinematográficos, possam ainda soar como novos. Como descobertas.

Vampiros são criaturas com uma quantidade massiva de títulos no cinema, competindo em número apenas com fantasmas, demônios e zumbis. Na nossa lista, lidaremos não com quantidade e sim com qualidade. Portanto, citações sobre possíveis franquias completas não constam e em casos de remakes, ou o original ou o refilmado será citado apenas a nível de título.

Dito isso, vambora!

Vampiros de John Carpenter (Vampires; 1998)

Sinopse: Uma equipe de caçadores de vampiros financiada pelo Vaticano e respondendo a caça dos sanguessugas na América do Norte, se depara com uma possível maquinação fatal dos vampiros. Após sofrerem um ataque violento de um poderoso mestre da noite, lutarão contra todas as chances afim de impedir a conclusão da vitória vampira.

Dica: Trazendo credibilidade logo título, John Carpenter trás um filmão de vampiros com ar western e road movie. Violento, desbocado e agitado. Um filme simples e competente. Com toda aquela visceralidade que só vampiros raízes por efeitos práticos trazem.

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Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire; 1994)

Sinopse: Uma figura misteriosa concede uma entrevista sucinta para um jornalista despretensioso. Quando elementos nessa situação beiram o inumano, o entrevistado remonta toda sua trajetória, saciando a sede do entrevistador pelo desconhecido. Uma vida e não vida são contadas, através dos séculos e da solidão. Também através de outros como o entrevistado. Uma viagem temporal antológica pelos olhos de uma criatura da noite que se vê sozinha e conflituosa com sua natureza e a natureza humana que um dia possuiu.

Dica: Considerado por muitos o melhor filme sobre vampiros já feito, adaptação de um dos romances de Anne Rice, escritora que reinventou com sucesso o vampirismo. Temos aqui – além do elenco de peso – uma narrativa magistralmente fluida. Personagens interessantíssimos, eventos do mundo e da passagem de tempo sob a perspectiva de um vampiro que ainda carrega seu lado humano. Um drama gótico que não poupa doses de violência gráfica quando, bem pontuadas, ocorrem.

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2019 O Ano da Extinção (Daybreakers; 2009)

Sinopse: Os vampiros dominaram o mundo e os seres humanos agora são mantidos em um estado clínico terrível apenas para gerar alimento aos novos senhores da Terra. Porém, o sistema vampírico se mostra falho, muitos não se adaptam a nova natureza se matando, além de que uma quebra da sustentabilidade alimentar governamental passa a assolar a sociedade da noite. Alguns vampiros passam ao extremo, se transformando em monstruosidades maiores dada a carência de sangue. No meio disso tudo, uma resistência humana guarda um segredo que pode virar a mesa da supremacia entre as espécies.

Dica: Abordando vários estigmas sociais de maneira inteligente, temos um filme quase metalinguístico sobre o que é estar no suposto topo da cadeia alimentar e como supostos sistemas tidos como seguros podem ruir, falhar. Muito competente em termos de ação e violência, não fazendo-as gratuitas, mas sinceras. Um filme com clássico – ainda que moderno – corporativismo vampiro, elenco que soma demais a história. História essa já deveras interessante logo de cara.

 

Blade, O Caçador de Vampiros (Blade; 1998)

Sinopse: O caçador de vampiros Blade, um mestiço vampírico, se aprofunda cada vez mais em um possível e derradeira maquinação do submundo das criaturas da noite. Os vampiros possuem um plano, ou melhor, um dentre eles possui. Este vampiro influente, cuja ambição remonta a de um deus do sangue, passará por cima de tudo e todos para alcançar o poder supremo. Por bem, Blade, “aquele que anda de dia”, tentará impedir o pior com ajuda de aliados humanos.

Dica: Em um tempo onde a Marvel não era estúdio de cinema, portanto não tinha linearidade entre possíveis títulos, e por bem não taxava tudo com faixas etárias para os treze anos, temos o primeiro “super” da editora bem adaptado aos cinemas. Com uma ação eletrizante e uma violência gráfica estilizada – ainda que já datada visualmente – Blade é um prato cheio que se desliga da Marvel contemporânea e por isso nos serve com maior liberdade um prato cheio e saboroso de sangue e estilo.

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Nosferatu (Nosfetatu; 1922)

Sinopse: O marco zero. A primogênita obra-prima vampiresca do cinema e boa por si só, independente do seu subgênero. O conde – aqui chamado de Orlock – é um antigo vampiro cuja vida muda quando se apaixona pela esposa de seu corretor imobiliário cuja função está ligada a venda de um castelo. Castelo esse, propriedade do conde excêntrico.

Dica: A primeira, e não autorizada, adaptação de Drácula de Bram Stoker. Ainda que com muitos elementos trocados, como o nome do conde e local onde se passa a infame fama mortal do vampiro, para evitar problemas com direitos, nada disso foi o bastante. Uma peleja jurídica acabou se desenrolando. Nosferatu é a principal obra do subgênero e uma das mais importantes obras da história do cinema. Seus caprichos, atmosfera e efeitos são, como já dito, um marco. Filme alemão de 1922 que detém a majestade quanto a relevância. Para muitos, quanto a tudo que diz respeito a vampiro no cinema.

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Drácula de Bram Stoker (Bram Stoker’s Drácula; 1992)

Sinopse: Adaptação – agora sim autorizada – do romance do escritor Bram Stoker, é possivelmente a obra cinematográfica vampírica mais agraciada. Seja pela crítica, seja pelos fãs da coisa. Temos aqui a trama do corretor de imóveis que segue para a Transilvânia e atende seu cliente e anfitrião conde Drácula. Drácula toma nota da esposa de seu contratado e remonta na mesma a possível reencarnação de sua falecida amada. Razão pela qual ele se tornou após sua morte uma criatura diabólica e hematófaga. Quando em Londres, buscará pelo seu amor enquanto seus inimigos reúnem forças para extirpar suas crias e ao próprio. Dr. Van Helsing lidera a cruzada.

Dica: Com grande elenco e direção de Francis Ford Coppola (O Poderosos Chefão, 1972) temos um filme talvez definitivo sobre vampiro clássico. Obra-prima do cinema, competente, poético e até hoje a obra adaptada mais fiel sobre Drácula. Uma narrativa sombria, com efeitos admiráveis até hoje e cadência prazerosa de acompanhar quanto a sucessão de eventos do longa.

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Garotos Perdidos (The Lost Boys; 1987)

Sinopse: Uma família se muda para uma cidadezinha litorânea que curiosamente detém uma marca gritante de desaparecimentos e violência no pais, EUA. Isso se deve a gangue de vampiros anárquicos que “vive” por lá, como bem descobrem os filhos da família. Seja por acabarem inseridos no submundo de horror, seja por conhecerem locais que sabem dessa verdade vampiresca. O maior problema é que um dos irmãos é mordido e toda a gangue local serve a um suposto e misterioso vampiro mais poderoso.

Dica: Um clássico cult, um dos principais e mais queridos títulos cinematográficos sobre vampiros. Com alívios cômicos pontuais e brutalidade satisfatória, é diversão certa para quem gosta das criaturas da noite. Aborda a transformação na vida dos jovens, em análogo a transformação vampira. Embora tenha gerado uma franquia, vale apena mesmo somente este título de sucesso.

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Deixa Ele Entrar (Lat Den Rätte Komma In; 2009)

Sinopse: Um garoto tem uma vida complicada devido ao bullying escolar que sofre, além de uma vida introspectiva. As coisas mudam quando ele conhece uma menina, sua vizinha. Essa intrigante figura ajuda-o a passar por problemas e quanto mais se aproximam, mais fica evidente o problema com ela. Uma vampira. Doce menina, ao mesmo tempo sedenta predadora da noite.

Dica: Filmão sueco de incrível sensibilidade e premissa muito criativa, ainda que melancólica. Este é um filme que não oferece respostas fáceis, sem atalhos para zonas de conforto quanto ao certo e errado. Intrigante, intenso e com uma admirável construção de relação entre personagens. Ganhou um remake estadunidense (Deixe-me Entrar, 2011) que não fez feio, embora o mérito seja mesmo para o original.

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A Sombra do Vampiro (Shadow of the Vampire; 2000)

Sinopse: No começo do século XX um cineasta decide elevar sua obra a perfeição máxima e tendo consigo a premissa de uma clássica história de vampiro, não autorizada para adaptação, decide por investir em um ator que é de fato um vampiro. O filme é Nosferatu e traz como protagonista um suposto ator tão entregue ao seu papel que durante todo o tempo, age como se fosse o personagem. Álibi perfeito, seja para sua natureza morta-viva, seja para seu ambicioso diretor.

Dica: Não uma releitura, mas uma homenagem ao clássico Nosferatu, enaltecendo o realismo da obra com a premissa de que o ator protagonista era na verdade um vampiro real. Aqui temos um show de metalinguagem cinematográfica com tremendo esmero nas réplicas de sets, figurinos, ângulos, caracterizações e até os famosos problemas com direitos autorais. Uma obra de cinema que fala sobre uma grande obra do cinema. Um vampiro que atua fingindo ser um vampiro. Genial.

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O que Fazemos nas Sombras (What We do in The Shadows; 2014)

Sinopse: Um grupo de vampiros, cada um de um período da humanidade, vive os desafios da vida normal em nossos tempos. Lidando com a administração de uma velha casa, seu covil, perigos do mundo dos vivos e das aparentes e pitorescas programações noturnas para os sanguessugas de hoje em dia. Além de evitar os atualmente pacifistas lobisomens e resolver desavenças com brigas de roda, na forma de morcegos, é claro.

Dica: Temos aqui um raro exemplo de comédia consciente que mostra o subgênero vampiresco de forma renovada. Comédia essa muito bem feita, algo que o agora conhecido Taika Waititi (Thor Ragnarok, 2017) sabe fazer muito bem. A “vida” dos vampiros na casa e na sua badalação noturna é catalogada como um no commentary (um documentário de mentira) ao melhor estilo The Office.

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Menções honrosas:

A Hora do Espanto (Fright Night; 1988 – 2011)

Clássico de 1988 com remake de 2011. Apresenta um jovem que tem de lidar com o vizinho recém-chegado e que aparentemente é um vampiro cujas capacidades poderão pôr em risco sua família e toda a vizinhança. Divertido e despretensioso em ambas as versões.

 

As Donas da Noite (Wir sind die Nacht; 2010)

Aqui, somente vampiras mulheres existem atualmente, nenhum homem é mais transformado e os que haviam foram mortos por elas. Uma novata é transformada, visada como romance pela líder do grupo de vampiras. No entanto, ela entra gradativamente em choque com as convicções das demais. Uma incrível analogia entre a emancipação feminina e a ilusão de que supremacia também viria a ser algo cabível. Canceladores não suportariam tal obra.

 

Anjos da Noite (Underworld; 2003)

Misturando scifi, ação e horror gótico, temos os vampiros de uma sociedade aristocrática com ponto focal em uma caçadora dentre eles. Uma exterminadora de lycans, lobisomens. Uma conspiração se desenrola quando um híbrido latente, um humano, parece carregar a herança genética das duas espécies devido ao seu progenitor passado em comum. Um guerra urbana secreta está para estourar. Anjos da Noite é uma diversão aceitável e acabou rendendo uma franquia de sucesso e qualidades medianas.

 

Drácula (Drácula; 1931 – 1958)

Com este título da Universal, ressalto primeiramente a obra primária de 1931 Drácula que foi lançada em resposta ao juridicamente problemático Nosferatu. Essa sim é uma adaptação autorizada do romance de mesmo nome, também consagrada um clássico dos tempos memoráveis do preto e branco. Não menos válida de indicação a versão de 1958, o primeiro Drácula em cores, e que dizem muitos entendidos, a versão do vampiro conde mais querida (Christopher Lee).

 

Byzantium, Uma Vida Eterna (Byzantium; 2012)

Novos ares, uma nova forma de contar uma história de transcendência temporal e existencialismo vampírico. Trazendo elementos já visto como amor proibido, não aceitação de grupos majoritários e o sentimento de se viver um segredo que não pode ser contato, compartilhado. Tudo isso de uma forma interessante, que te prende na tela, seja pela proposta do filme, seja pela composição dos personagens.

 

Quando Chega a Escuridão (Near Dark; 1987)

Um jovem filho de fazendeiro é mordido por uma moça atraente. Sequestrado pelo grupo da mesma, passa a encarar sua nova natureza e nova “família”. Ele agora é um vampiro que se nega a assassinar para comer, cercado do total oposto. Uma turma de homicidas de bom grado. Sombrio, até fotograficamente falando, é um bom longa sobre vampiros. Trazendo no terceiro ato um conceito interessante sobre resistência a luz diurna para tais criaturas.

 

A Rainha dos Condenados (Queen of the Damned; 2002)

Também adaptação de um dos romances de Anne Rice, traz o despertar do vampiro Lestat, figura importante em suas histórias. Esse longa não é conectado com Entrevista com o Vampiro, apensar de usar o aparente mesmo personagem de lá. Lembre-se que é um personagem antes disso de livros. Aqui o vampiro está no mundo moderno, curtindo uma vida prazerosa e requintada. Porém, uma figura de um passado distante do vampirismo está prestes a entrar em cena para redefinir o destino de tudo e todos. Um filme legal de vampiros.

 

30 Dias de Noite (30 Days of Night; 2007)

No Alasca, uma cidadezinha se prepara dada a vinda do período invernal de trinta dias de escuridão noturna. Durante esse evento natural anual vampiros chegam até a localidade visando se banquetear e dominar a população. História bem adaptada das HQs de mesmo nome, filme direto, com situação interessante e vampiros convincentes.

 

Um Drink no Inferno (From Dusk till Dawn; 1996)

Uma família junto de dois assassinos foragidos acabam em uma armadilha, assim como muitos clientes, quando um bordel mexicano se revela um covil de vampiros que descendem – ou são – de tribais mesoamericanos. Um filme trash, feito para ser violento, nojento e não se levar a sério. Talvez por isso seja tão satisfatoriamente divertido.

 

Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive; 2013)

Com uma pegada muito mais poética, remonta o drama de um casal, amantes vampiros nos dias atuais e os desencontros e eventos que culminam com a participação de outros de sua espécie em suas não vidas. Um tom de melancolia, paixão e fuga permeiam os ares. Uma visão diferente do ser vampiro, trazendo ótimas atuações de seu ótimo elenco.

Marcello Costa

Comunicador. Desde pequeno explorar o imaginário, o faz de conta e a narrativa de vida foi uma tendência. Não a toa, estudei Comunicação Social. Livros, HQs, músicas, animações, filmes e séries são de alto consumo, embora uma parte minha ainda penda de humanas para biológicas, agravando um forte apreço e interesse ambiental e em programas ligados á isso. Quem sabe por isso minha classe fantástica favorita seja o Ranger, ou Patrulheiro, ou Guardião, como preferir chamar. Sim, classe mesmo. RPGista inveterado, confesso. Uma paixão do final da infância que segue comigo até hoje.

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