Invincible é uma HQ da Image Comics lançada em 2003 por Robert Kirkman (The Walking Dead) e que chegou até sua centésima quadragésima quarta edição, concluindo sua premissa com sucesso. Invincible recebeu até mesmo indicação ao Eisner Awards de Melhor Série Estreante. Recentemente foi adaptada para animação pela Amazon Prime. Sua primeira temporada contará com oito episódios, tendo sido liberados os três primeiros como estreia e um novo vindo semanalmente às sextas-feiras.
Explicando o indispensável, temos aqui uma série com potencial para se consagrar no subgênero supers contemporâneo. E isso se deve pela sua principal característica – muito bem adaptada da mídia original, diga-se de passagem – que é o impacto sofrido pelos personagens dentro de seus ofícios como super-heróis (ou super vilões). Some isso a atmosfera pé no chão sobre as consequências e osso do ofícios em um mundo com super seres e você terá algo que o mainstream das grandes editoras evita tocar. Violência, soluções difíceis, super-heróis matando legitimamente quando sendo o meio cabível diante de uma determinada ameaça.
O primeiro episódio parece divertir apenas pelo que aparenta ser. Um mundo bem estruturado de super-heróis, criativo e que homenageia grandes personagens, em boa parte da DC. Conhecemos o protagonista que vai sendo inserido na trama assim como nós. Mark Grayson é filho do maior herói da Terra, o Omni-Man, e sabendo disso passou a vida esperando seus poderes se manifestarem (ou não). As relações e conflitos humanos trazidos não são tão explorados quanto nas HQs, mas com certeza estão lá. Se tratando de uma adaptação ao audiovisual, quanto mais animação, a série apostou na ação para prender o espectador. Uma escolha sábia. Grayson – “coincidentemente” o sobrenome do Robin/Asa Noturna – tende a se tornar Invincible após o surgimento de seus poderes.
Após o primeiro episódio, percebemos que Invincible não é um genérico, ainda que bonito, cenário superheróico. Existe um plot twist abismal em desenvolvimento e como os personagens lidam com seus próprios dramas e consequências ganham mais atenção. Invincible agora reage e lida com um acontecimento que sacode sua vida, tendo ligado Omni-Man ao mesmo. Além de ser inserido em uma equipe teen de super-heróis. Outra coisa que nos salta aos olhos é a violência gráfica, e até sincera, do que é a extensão dos poderes e das batalhas entre super seres. Invincible não é uma série clean, não é friendly family. Invincible tem colhões para apresentar situações de combate realistas, onde “prender o vilão” nem sempre é uma opção. E tá tudo bem!
Com o terceiro episódio, temos o plot se desenrolando ainda mais. Parece quase tátil, mas – pelo menos para quem nunca leu a HQ – ainda ficamos com a pulga atrás da orelha. Fato é que Grayson expande sua participação no mundo de super-heróis atuantes, desenvolve aspectos de sua vida pessoal e sem saber, sofre pelo que está para se revelar diante dos seus olhos.
Invincible tem um roteiro muito bem adaptado, quanto a vir de uma mídia de leitura gráfica. Sua ação é competente e certos momentos nos fazem ficar simplesmente atônitos. Se tem algum ponto fraco extremamente visível, talvez seja o seu “traço”. Muitos podem se incomodar inicialmente, mas não demora a se acostumar à vista. Mesmo assim é visível um orçamento não tão elevado – ainda – para esse aspecto. Incompetente neste sentido? Não. Longe disso. Ainda que destoe uma coisa ou outra dos quadrinhos e tenha de certa forma pouco tempo para desenvolver tanta coisa por episódio – menos de meia-hora – não faz feio. Sem grandes erros até então, apenas contratempos. E qualidade, é claro.
Crítica – Liga da Justiça de Zack Snyder
E não! Não é um “The Boys” da vida, ou se quer parecido. Estar em um subgênero nada faz de algo similar. The Boys apresenta um mundo voltado para a degeneração insustentável dos supers. Invincible apresenta um mundo onde supers são levados a sério, com o diferencial de maior realismo às suas funções e dramas (ainda que boa parte disso gire em torno dos EUA, ainda).
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