A Batalha do Apocalipse (2007) e a trilogia Filhos do Éden (2011, 2013 e 2015) são obras literárias do escritor e jornalista brasileiro Eduardo Spohr. Best-sellers, diga-se de passagem. Os romances tratam de uma Terra pré-apocalíptica, com seus conflitos geopolíticos e macro eventos cósmicos. Estes tais, desencadeados pelo bem e pelo mal por trás das cortinas da realidade. Trazendo assim, a iminência da batalha que selará o destino do mundo e de todos os seres não terrenos ligados a ele. Além disso, temos antologias que contam grandes capítulos da história humana ligadas aos anjos, demônios e outras criaturas. Prequências que detalham aspectos pincelados no volume original deste cenário fantástico.
Tá! Mas, o que isso tem a ver com RPG de mesa? Tem TUDO a ver.
Eduardo Spohr, RPGista, gente como a gente, junto de Andrés Ramos, ilustrador e coeditor, lançaram em 2016 o Filhos do Éden: Universo Expandido. Um volume ilustrado, com um riquíssimo material expositivo do cenário, um verdadeiro guia de mundo. Neste livro, determinados capítulos adaptam a regra de D&D através da Open Game License (OGL), além de fornecer em tópicos de personagens ao longo do livro estatísticas para RPG. Este material não é voltado apenas para RPGistas, mas contém em si o necessário para adaptar todo o cenário angélico para uma boa campanha.
O cenário pode ser desbravado em diferentes épocas, e nele os jogadores encarnarão anjos de variadas castas. Seres com propósitos diversos, assim como suas índoles e aspirações. Quem sabe não algum que seja “caído”? Cronologicamente o próprio autor deixa como dica alguns períodos mais aprazíveis para narrativas de RPG. Sendo os períodos pré-batalha do apocalipse (anterior, iminente ao fatos do livro que gerou a franquia) ou na idade antiga conhecida como Antediluviana. Período esse de quando a Terra era muito mais ligada aos demais planos dimensionais e o sobrenatural muito mais presente. Certamente, qualquer período pode ser explorado, bem como em Filhos do Éden: Anjos da Morte, a Segunda Guerra Mundial é o momento em que a trama se passa.
O universo lida com conspirações cósmicas, embates ideológicos que racham Paraíso e Inferno, Guerras Etéreas que nada mais são do que as tropas angélicas em guerra com os deuses pagãos e seus agentes afim de diminuir a adoração do mortal por tais. Destruições de antigas e lendárias civilizações como Atlântida, Enoque, Gomorra e outras. A perda da proximidade do homem e o Céu, conforme a humanidade se prende ao tecnológico e ao pensamento crítico, além da geração de seus próprios cataclismos. Alguns anjos ainda servem aos Arcanjos, outros são dissidentes refugiados na Terra, outros migraram para o Inferno. Lados sempre são tomados e os conflitos são certos.
Enquanto pensava em adaptar seu cenário literário para o RPG, Spohr visava o D&D, mais especificamente o 3.5 e o 3.75 (Pathfinder). No entanto, como as criaturas de sua ambientação possuem níveis de poder díspares demais, e tal sistema de regras lida com uma diferença gritante no manejo de um personagem de nível baixo para com um personagem de nível épico, o autor decidiu esperar. Spohr prezava pela ideia de uma mecânica menos complexa quanto a este aspecto, que desse a agilidade sistêmica equiparada para personagens de níveis distintos, graus de poder com abismos entre si. Com a vinda do D&D 5° edição, o problema foi resolvido e a regra foi adaptada para A batalha do Apocalipse / Filhos do Éden. Para o autor, esse é um sistema muito cabível, já que exalta o heroísmo, feitos e capacidades de combate e superação de desafios.
O volume tinha como propósito ser uma fascículo ilustrado da franquia literária, mas acabou trazendo muito material textual e se tornou uma enciclopédia de seus títulos. Fornecendo localizações, detalhamento de castas, sociedades, eventos, cronologia, personagens importantes destrinchados e tudo isso com incríveis – maravilhosas – ilustrações. Especificamente, dois capítulos tratam do que é útil para quem joga RPG. Um deles traz a regra de D&D e o outro traz fanfics que são como dicas para desenvolver conteúdo autoral, seja apenas textual, ou para mesas.
Para nós RPGistas, isso pode simplesmente parecer um livro de RPG e ponto final, uma vez que diversos cenários tem justamente tal estrutura em seus livros básicos e suplementos. Todavia, é um fato que mesmo sem os capítulos voltados ao lúdico, Filhos do Éden: Universo Expandido seria ainda sim um material mais do que desejado pelos fãs da franquia ou do gênero. Sua riqueza imersiva e criativa é válida por si só.
Vale lembrar que dado o sucesso e pedidos, a franquia ganhou uma aventura pronta para RPG chamada Filhos do Éden: Sombras do Abismo.
Ficamos aqui com este Conhecendo RPGs, galera! Boas leituras apocalípticas e também boas rolagens, RPGistas!
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