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CRÍTICA – Invincible 1° Temporada

Não sem razão, já renovada para mais duas temporadas

Diante do ainda com fôlego boom do subgênero de super-heróis, ou supers, como tenho o hábito de me referir, não é todo dia que algo fica tão bem posicionado, principalmente sendo fora da curva. É o caso de Invincible.

MCU tem sua fórmula, que já tem se tornado óbvia, ainda que mantendo a alta popularidade. DCU abre mão dos poucos fãs que tem para seguir no tiroteio às cegas. The Boys, Legado de Júpiter e outras obras mais autorais em relação as grandes editoras quadrinísticas tendem a agradar devido a mudança de abordagem. Todavia, esse agrado não acerta a zona máxima de efetividade do público geral do subgênero. Um local precioso, que ao que parece, somente a Marvel tem conseguido marcar presenta, segundo sua grande quantidade de fãs.

E é justamente nessa aresta de nicho que entra Invincible, da Amazon Prime Video. Traz uma abordagem original, ao mesmo tempo que homenageia e trata de forma metalinguística o mundo supers. O mais impressionante é que, por ser uma animação, se eleva em narrativa acima das animações da DC, que são excelentes. Isso se deve ao fato de que Invincible não ofende intelectualmente seu consumidor. Tratando das consequências de seu mundo supers como de fato seriam, uma vez que nesta animação, por exemplo, a violência é exacerbada. Exacerbada? Acertada.

Se alguém reclamou de Diana decapitando um alien genocida ao final de Liga da Justiça de Zack Snyder, com Invincible há de reclamar bem mais. O que é uma pena, já que a série nos tira da zona de conforto, de decisões fáceis, de uma perspectiva puritana e enfadonha – que reina na maioria dos quadrinhos, animações e live actions supers – e portanto, nos trata como adultos resolutos.

Mark Grayson é filho do maior super-herói da Terra e tem de lidar com o surgimento de seus poderes e com verdades ocultas sobre seu próprio pai, a medida que diversas subtramas se desenrolam ao seu redor, envolvendo sociedade, outros superseres e sua vida pessoal. Apesar do sucesso, com certeza não agrada os mais conservadores do subgênero, no sentido mais Era de Ouro da coisa. Contudo, Invincible deixa a porta aberta para se tornar um marco na indústria audiovisual em seu subgênero, assim como foi na de quadrinhos no exterior.

Entrega personagens carismáticos, premissa original, ambientação criativa de seu universo e ação bem pontuada e eletrizante. Fidelidade ao material original também está presente, alterada de forma inteligente para se adequar a nova mídia.

Como pontos negativos, seu “traço” poderia vir a melhorar, principalmente fora dos momentos de ação. Além de que certos personagens parecem reafirmar opiniões que parecem ser um tipo de veredicto narrativo, mais do que simplesmente um ponto de vista dentro os muitos, como o caso da namorada de Mark quanto a não ter tido a identidade secreta do rapaz revelada para si em ínfimos 5 meses de namoro.

Quando outro personagem corrobora com a revolta juvenil da mesma, fica um pouco difícil de engolir certas motivações e comportamentos explanados como o “socialmente” evoluído. Soa como uma pretensão de politicamente correto quadrado, destoando da verossimilhança até então. Mas, é quase irrisório, não te tira a imersão do que importa e não ocorre tantas vezes.

Invincible, quanto sua primeira temporada, vale por si só a assinatura do confuso, e de lentidão, streaming que é a Amazon.

Marcello Costa

Comunicador. Desde pequeno explorar o imaginário, o faz de conta e a narrativa de vida foi uma tendência. Não a toa, estudei Comunicação Social. Livros, HQs, músicas, animações, filmes e séries são de alto consumo, embora uma parte minha ainda penda de humanas para biológicas, agravando um forte apreço e interesse ambiental e em programas ligados á isso. Quem sabe por isso minha classe fantástica favorita seja o Ranger, ou Patrulheiro, ou Guardião, como preferir chamar. Sim, classe mesmo. RPGista inveterado, confesso. Uma paixão do final da infância que segue comigo até hoje.

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